quinta-feira, 24 de março de 2011

Minha Flor

Hoje minha flor foi embora


Seu outono chegou, é tempo das pétalas caírem
Depois de tantas primaveras juntos, me restam muitas boas lembranças com você.

Flor,
Aprendi a acreditar em dias melhores,
aprendi a lutar contra adversidades,
aprendi a acreditar em mim,
aprendi a não desistir com você.
Tudo isso por sua causa, e lhe garanto que vou carregar comigo todos os seus ensinamentos.

Eu, semente, quero espalhar a beleza que você deixou aqui
e desejo aprender com os espinhos difusos que te cercavam.

Eu te amo, e sempre amarei.

Até amanhã mãe.

Luís

terça-feira, 8 de março de 2011

O Triste Fim dos Alemães Perdidos

Já faz algum tempo que a polícia invadiu e 'pacificou' o Complexo do Alemão.
Lembro-me que durante a invasão, a estimativa da polícia era de que aos menos 600 pessoas associadas ao crime organizado estavam sitiadas em um dos morros do Complexo do Alemão, isso antes das 'tropas de segurança' invadirem o lugar.
Exatamente nesse dia, eu conversava com alguns amigos que evidentemente estavam defendendo que ocorresse uma invasão ou massacre, enfim, que defendiam algum senso de justiça para os 600 vilões que estavam ali.
Bem, não quero defender bandidos, não gosto do crime organizado ou muito menos quero fazer a defesa dos direitos dos traficantes cariocas.

Acontece que, segundo estudos, cerca de 5% das pessoas são gênios, têm nível intelectual acima de média. E fico pensando...dentre esses 600, perdemos pelo menos 30 cérebros.
Trinta pessoas que poderiam, quem sabe, ter sido médicos competentes, engenheiros talentosos ou quem sabe cientististas de primeira linha.
Digo perdidos porque nessa altura do campeonato não acho que exista mais salvação para esses 30 bandidos 'brilhantes'.

Penso que há 10, 15 ou 20 anos atrás poderíamos ter salvado esses cérebros se tivéssemos dado oportunidades justas para essas pessoas.
Mesmo que não conseguíssemos salvar os 30, quem sabe ao menos 15, ou 10.
O que interessa é que perdemos essas pessoas para o crime organizado.
Sinceramente, gostaria que essas pessoas tivessem tido as mesmas oportunidades do que eu.
Dói saber que alguém que poderia ser útil para nossa sociedade vai passar os próximos 30 anos preso, enjaulado, custando caro para o estado e ainda sim desempenhando suas habilidades adquiridas de narcotraficante. Dói porque sei que o nosso dinheiro que está sendo gasto para manter as penitenciarias onde os bandidos ficarão, essencialmente será dinheiro jogado fora.
Infelizmente, não acredito que exista salvação para quem já tenha se envolvido dessa forma ao tráfico de drogas.

Enfim, depois de alguns meses da invasão me pergunto se alguma coisa mudou no Complexo do Alemão. Se estamos dando oportunidades para os pequenos e jovens moradores do lugar a terem algum tipo de vida razoavelmente digna.
E mais, me pergunto o que é que poderíamos para salvar os pequenos dali.

Penso o quanto estamos perdendo com os talentos, irreversivelmente corrompidos, dessas pessoas? E o quanto podemos vir a perder com aqueles que porventura venham a se corromper também.
Acho que a solução para acabar com esse problema é que temos que crescer e distribuir renda.
Nosso país é pobre, ainda é pobre, e precisa crescer.
Sem mais recursos não mudaremos nenhum desses problemas, entretanto é claro que precisamos fazer com que ao menos parte desse dinheiro também chegue nas comunidades mais pobres.

Sinceramente, acho que todos nós seríamos pessoas mais felizes se pudéssemos tirar um pedacinho da riqueza das zonas ricas do Brasil e que criássemos um lugar de prosperidade, de decência e boa qualidade de vida no meio dessas comunidades carentes.
Dias melhores virão, mas infelizmente, vão demorar.
Espero dias melhores para as pessoas de lá.