segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Passagem

Entendi de novo.

Quero fazer planos, remoldar os cômodos, preencher todos os espaços.
Implementar mudanças, definir novas metas, projetar os trilhos de uma Maria Fumaça que liga a capital ao interior.

Tenho sonhos.

Quero viajar, alcançar os limites, encontrar as fronteiras, escalar e descer o Everest 10 vezes.
Quando chegar ao topo, fincar uma bandeira e fazer barulho. Mesmo em silêncio, sussurrar gritos profundos de entusiasmo.

Vou desbravar o mundo.

Quero andar em círculos, rodopiar até bagunçar os referenciais.
Mudar meus mitos, viver a lógica do absurdo. Quem sabe desta vez o absurdo não tenha a razão?

Não me falta coragem.

Quero superar os desafios, pular os buracos, criar uma ponte por cima do abismo.
Costurar atalhos pra encontrar dez mil oásis no centro dos desertos que já estive.

Tenho sede.

Quero lutar por tudo que sempre possuí, sem deixar fugir a vida que me aguarda.
Viver 300 anos em 20, sem pressa, para depois poder desfrutar de cada segundo durante 60 minutos.

Não tenho medo.

Quero solucionar todas as equações, provar todos os teoremas, entender as incógnitas.
Antes, descobri que não entendia nada, talvez, agora tenha entendido o tudo.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Dicotomia

O espírito sinuoso, corre. O vento se abre, a porta chia.

Incandescente, a água se dobra. Gélida, a luz escurece o fosco.

O néctar do difuso, é sólido. Diamante, um fluido viscoso.

A hipótese primordial é que a tese está correta. Como uma mãe que renasce do filho, a criatura que é prole de sua descendência.

A lógica é passional, se defende. O impulso, mostra-se como corolário da fenomenologia.

Vindas de fora, informações que nos fazem paraconsistentes. O ser e o não ser convivem através da dualidade da harmonia.

A orientação, segue através de uma estreita faixa de Möbius, lá habito.

Começa-se de cabeça para baixo, para depois ficarmos para cima.

Muda-se o tempo, transformam-se os paradigmas. O que acabou existe em excesso, e o que é novo transborda escassez.

De tão jovem, sente-se senil. É a velhice, que outrora se fez rejuvenescida.

Mas o futuro virou passado, e o presente vai demorar a chegar.

Agora, o espírito curioso se abre e o vento é quem corre sinuoso, enquanto a porta, chia.