quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Dicotomia

O espírito sinuoso, corre. O vento se abre, a porta chia.

Incandescente, a água se dobra. Gélida, a luz escurece o fosco.

O néctar do difuso, é sólido. Diamante, um fluido viscoso.

A hipótese primordial é que a tese está correta. Como uma mãe que renasce do filho, a criatura que é prole de sua descendência.

A lógica é passional, se defende. O impulso, mostra-se como corolário da fenomenologia.

Vindas de fora, informações que nos fazem paraconsistentes. O ser e o não ser convivem através da dualidade da harmonia.

A orientação, segue através de uma estreita faixa de Möbius, lá habito.

Começa-se de cabeça para baixo, para depois ficarmos para cima.

Muda-se o tempo, transformam-se os paradigmas. O que acabou existe em excesso, e o que é novo transborda escassez.

De tão jovem, sente-se senil. É a velhice, que outrora se fez rejuvenescida.

Mas o futuro virou passado, e o presente vai demorar a chegar.

Agora, o espírito curioso se abre e o vento é quem corre sinuoso, enquanto a porta, chia.

2 comentários:

Juliana Ponciri disse...

Perfeito este poema! Pela síntese das intensas antíteses que todos os humanos já passaram ou passarão. Leve, maturo e belo... Sublime.

Luís de Miranda disse...

Oi Juliana, fico feliz que tenha gostado!

Gosto do contraste, o poema é sobre isso.